segunda-feira, 24 de abril de 2017

Crítica: O Ornitólogo, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


O cineasta João Pedro Rodrigues, talvez tenha chegado ao ápice com o seu filme O Ornitólogo, aqui, Rodrigues fala sobre sexualidade, gênero, orientação sexual, fala também sobre o nu masculino, fala sobre a delicadeza e o lado sensual do homem, construindo a imagem de forma lírica e poeta a partir de um lado de graça com teor erótica. No filme O Ornitólogo, o uso desses temas é de uma forma para provocar, a nos caçoar o pudor: a libido e o sadismo. No longa estrelado por Paul Hamy, a fragilidade masculina é colocada a prova, onde são filmados de uma forma clara, contestando os interditos sociais que mantém certo preconceito com esse tipo legítimo de representação e, sobretudo, como esses ecoam no cinema a partir do fato da encenação explícita destes ser contornada por mero pudor antiquado.

O filme é sábio ao possuir inúmeras imagens cheias de simbolismos, das quais consegue passar o tema de diversos assuntos, seja catolicismo ou até mesmo mitológico. Porém, o tema principal se mantém intacto que é sobre a libertação, mesmo com todas variáveis sendo incrementadas no decorrer da obra, mais do que tudo, é uma libertação que bate de frente contra o preconceito e repreensões reacionaristas. O cineasta então consegue fazer tudo isso de uma forma mística e surrealista. A imagem de Santo Antonio de Pádua, segundo dizem, foi usada durante a ditadura, foi de cunho extremo-direitista salazarista que regeu Portugal, sem tantas lembranças positivas ao democrata e antifascista, por quase quatro décadas, como uma hoste e um bastião do nacionalismo e de um tradicionalismo religioso demasiadamente impositivo, que pregava a luta contra as ações das quais eles achavam subversivas.

O filme assume uma forma subitamente surreal, usando de personagens que surgem no decorrer da trama, cuja suas ações beiram a insanidade, ou crendices sem muito fundamento científico e fazendo o protagonista demonstrar todo o seu lado cético. Tudo flui de uma forma coesa, com cenas de tensão e suspense, muito bem organizadas com o seu simbolismo.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes, crítico cinematográfico.

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