segunda-feira, 13 de março de 2017

Crítica: LOGAN, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Estamos no futuro, onde os mutantes não nascem mais e os que restaram são caçados e mortos por um grupo chamado Carniceiros e liderados por Donald Pierce (Boyd Holbrook). Logan (Jackman), mesmo com o peso da idade já lhe abalando fisicamente, ganha uns trocados como chofer de uma limusine na fronteira do México e que, ao lado do mutante Caliban (Stephen Merchant), cuida de um frágil professor Charles Xavier (Patrick Stewart), que sofre de mal de Alzheimer. Não demora muito para que esse cenário mude, já que surge uma jovem chamada Laura (Dafne Keen), que tem os mesmos poderes de Logan e que está sendo caçada pelos carniceiros.

Dirigido novamente por James Mangold (Wolverine: Imortal), LOGAN já nos dá uma dica no início do filme de que não estamos diante de mais uma mera adaptação de uma HQ, mas sim de um filme que vai muito além. Ao começar pelo fato de como são apresentados os personagens principais, sendo que os mesmos encontram-se cansados, doentes, velhos e com o peso do mundo e de várias décadas de luta árdua em suas costas. Logan, aliás, não está nem aí para o que acontece em sua volta, desde que continue em frente e consiga todas as formas para manter o seu velho Xavier vivo.

A situação na qual os personagens se encontram serve de estopim para que o filme se encaminhe para outros gêneros, que vai desde um roadie movie ou até mesmo um faroeste. Falando em faroeste, esse gênero é muito bem representado através de uma bela homenagem que o filme faz ao clássico Os Brutos também Amam, sendo que, tanto o protagonista daquele filme como o Logan desse filme, são personagens que fogem de um passado do qual querem esquecer.

Eis que surge Laura (ou X-23 para os íntimos) e sem dar muitos detalhes, o que posso dizer é que Laura é o que faz nascer à motivação para que Xavier, e um reticente Logan, partam para a estrada e consigam um lugar seguro para a menina. No decorrer dessa cruzada que nasce então uma família duvidosa, mas humana e da qual faz com que qualquer um que assiste se identifique com ela facilmente. É na personagem Laura que se encontra o verdadeiro coração do filme, já que a sua interprete é, não tenho menor dúvida com relação a isso, o melhor achado cinematográfico deste início de ano. Interpretada com intensidade pela jovem atriz Dafne Keen, Laura parece uma mistura selvagem da personagem vampiresca de ‘Deixa ela entrar’ com o desejo de vingança da jovem personagem vivida por Natalie Portman em ‘O Profissional’. Mesmo quase não falando em toda projeção, Keen nos transmite só pelo olhar todos os sentimentos do qual a sua personagem sente e cada cena que ela divide com Jackman faz com que sejamos fisgados mais e mais para dentro da história.

Claro que nem tudo são flores, já que os vilões, por mais mortíferos que sejam não são muito interessantes. Boyd Holbrook, por exemplo, tenta nos convencer que o seu personagem é uma grande ameaça, mas fica apenas na promessa. E como a trama envolve experiências com mutantes, isso acabou gerando o surgimento de um personagem desnecessário que, mesmo sendo responsável por dois momentos desesperadores, ele poderia ter sido facilmente substituído por qualquer outro personagem, desde que fosse mais bem construído.

LOGAN um filme que entrará facilmente na lista dos melhores filmes de adaptação de HQ dos últimos anos, por ter a coragem de quebrar os alicerces firmes e previsíveis do gênero e nos presentear com algo corajoso e inesquecível.


Trailer

Fonte: www.youtube.com

Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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