sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Crítica: Sully - O Herói do Rio Hudson, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Às vezes o mundo real é mais surpreendente do que qualquer ficção, seja ela em maior ou menor grau, existem histórias das quais que, mesmo havendo provas, duvidamos até mesmo de sua veracidade. É pensando desta forma que, talvez, Clint Eastwood tenha se interessado em levar os eventos do dia 15 de Janeiro de 2009 para as telas, já que a situação fez com que os EUA e o mundo parassem na frente da TV, pois tudo era deveras surpreendente. Baseado em fatos verídicos, acompanhamos o piloto Sully Sullenberger (Tom Hanks), que vive uma fase de herói nacional, já que conseguiu o que muitos pilotos na história nem sonhavam em conseguir. Durante uma viagem de voo, seu avião é atingido por um grupo de pássaros e fazendo com que um dos motores da aeronave ficasse comprometido. Sem muita opção em pouco espaço de tempo, Sully toma uma medida arriscada: pousar o avião com 155 passageiros a bordo e justamente nas águas do Rio Hudson.

Após o feito, passageiros e tripulantes são resgatados todos com vida e tanto Sully, como o seu companheiro, o co-piloto (Aaron Eckhart) são reconhecidos como heróis. Contudo, Sully começa a ter conflitos internos com relação a sua façanha, pois sabe que a sua escolha poderia também desencadear um trágico evento. Ao mesmo tempo, os donos da empresa de aviação acreditam que Sully pode ter cometido um erro e o que faz dele um alvo a ser questionado. Sem muitas pretensões, Clint Eastwood não faz da figura de Sully um herói da pátria, mas sim o retrata na tela como uma pessoa comum, da qual participou de uma situação incomum e que agiu com profissionalismo para o bem dos passageiros, dos quais ele levava. Não há também no filme a pretensão em transformar as figuras daqueles que acusam Sully em vilões, mas sim retratar homens que são presos pela burocracia e que, assim como o protagonista, são também seres humanos cheios de dúvidas. Portanto não há heróis ou vilões na trama, mas sim humanos que tentam saber administrar uma situação poucas vezes vista e sentida.

Embora o incidente tenha acontecido em pouco espaço de tempo, podemos facilmente colocá-lo dentro do gênero “filme catástrofe”, pois Eastwood consegue explorar alguns dos passageiros do avião através de flashback. É claro que isso é um artifício para fazer com que nos identifiquemos com algum dos personagens apresentados, mas meio que ele soa um tanto que deslocado, pois pelo que é entendido, estamos vendo um flashback de Sully, mas se é assim como ele poderia ter acompanhado o que os passageiros estavam fazendo minutos antes de embarcarem? Um momento de pouca verossimilhança e que somente serve para dar mais dramaticidade à trama, mesmo que de uma forma um tanto que equivocada.

O filme funciona mais graças à presença do sempre competente de Tom Hanks e que, apesar de não possuir uma caracterização semelhante com o verdadeiro Sully Sullenberger mostrada no filme, sua interpretação é eficaz. É genial, por exemplo, quando o seu personagem encara dentro de si as inúmeras possibilidades das quais poderiam ter surgido e que causariam um verdadeiro desastre. É nessas cenas que Hanks passa todo o seu potencial, mesmo numa trama da qual não exija muito dele. Vale destacar o ato final da trama, pois é colocado em pratica o lado humano perante uma situação da qual nem a própria tecnologia pode realmente explicar.

Sem nenhum pingo de pretensão, Sully - O Herói do Rio Hudson é apenas uma pequena reconstituição, de um grande feito alcançado pelo profissionalismo e pelo desejo de salvar inúmeras vidas.


Trailer

Fonte: www.youtube.com

Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário