terça-feira, 29 de novembro de 2016

Crítica: PEQUENO SEGREDO, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Baseado em uma história verídica, o filme conta a história de adoção da menina Kat, pela família Schurmann, que ficaram conhecidos pela mídia, graças ao fato de terem sido os primeiros brasileiros a dar a volta ao mundo abordo de um veleiro. Sendo uma expedição exibida em tempo real pela internet, a história rendeu livros e até um documentário, intitulado O Mundo em Duas Voltas (2007). Pelo fato de terem ficado tão conhecidos pelo país, o segredo de Kat acaba nem sendo tão segredo assim. Porém, para as pessoas que desconhecem os verdadeiros fatos, o filme funciona em nos apresentar essa pequena jovem cheia de vida, mas que há algo dentro dela, que até mesmo ela desconhece. Embora seja baseado em fatos verídicos, é preciso salientar que a trama é bem romantizada, para que então ela funcionasse na tela do cinema e tivesse o efeito de emocionar o público.

No longa, ficamos conhecendo a história de Kat (Mariana Goulart), mas ao mesmo tempo a trama se intercala com a história de amor entre a paraense Jeanne (Maria Flor) e o neozelandês Robert (Erroll Shand, de Oeste sem Lei), sendo ele uma espécie de andarilho que fica vagando pelo mundo. Após um grande romance, mas que ao mesmo tempo tiveram que enfrentar um trágico evento, e assim sendo, ambos vão para Nova Zelândia para visitar a família de Robert. Lá conhecem a família Schurmann e nasce assim um forte laço de amizade.

O filme se torna interessante por conseguir fazer com que a gente ache, que as duas linhas narrativas na história ocorram na mesma época. Porém, aos poucos, percebemos que a trama vem e volta no tempo e quando nos damos conta sobre a verdadeira origem de Kat ficamos então surpresos. Ponto para o montador Gustavo Giani (Linha de Passe, O Banheiro do Papa), que acabou criando esse efeito para aqueles que assistem a trama, mas que não possuem um conhecimento sobre os reais fatos, que deram origem ao filme.

Na trama principal conhecemos o dia a dia de Kat, cuja vida é típica de uma jovem de 12 anos: começa a se interessar por garotos, faz a sua primeira grande amizade na escola e tenta a todo custo ser a melhor na escola de balé. Porém, percebemos que há uma forte proteção vinda de sua mãe Heloísa (Júlia Lemmertz, ótima), sendo que ela fica até mesmo tentando saber o que acontece com a jovem no seu dia a dia na escola. Com isso cria-se um cenário de curiosidade e que se casa com o título da obra. Aos poucos, a trama começa a fazer todo o sentido e se entrega para um cenário dramático. Como foi rodado pelo próprio David Schummann (que também havia criado o documentário O Mundo em Duas Voltas) era mais do que óbvio que ele criaria determinadas cenas para que elas se tornassem mágicas e verdadeiramente poéticas. Esse lado “fábula” que o cineasta cria, faz com que a família Schumann se torne uma espécie de heróis, enquanto retrata avó de Kat, chamada Barbara (Fionnula Flanagan de Lost) como uma verdadeira megera e controladora. Mesmo com o grande talento da atriz veterana, se percebe que há uma forçada de barra, como se fosse realmente necessário não gostarmos dela.

Mesmo com todos esses clichês, Pequeno Segredo é um drama que consegue nos emocionar, principalmente em seus minutos finais, que foram concebidos, de uma maneira, visualmente e tecnicamente pensados para conseguir esse tal feito.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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