domingo, 7 de agosto de 2016

Crítica: JASON BOURNE, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Quando se achava que o gênero de ação estava em decadência no início do século 21, eis que surgiu a trilogia do Bourne, protagonizada por Matt Damon e comandada por uma mão precisa do cineasta Paul Greengrass (Domingo Sangrento). Elogiada pela crítica e público, a trilogia possuía um alto grau de verossimilhança, servindo assim de base para renovação do gênero ação/espionagem, ao ponto que a franquia 007 teve que se renovar o quanto antes para não ficar para trás. Claro que o estúdio Universal não quis largar o osso, criando até mesmo um filme derivado (O legado de Bourne), mas que não convenceu a maioria e por isso, após inúmeras tentativas de convencer astro e cineasta, finalmente chegamos a Jason Bourne.

Após descobrir quem realmente era no ato final da trilogia, Bourne (Damon) vive escondido como lutador de rua e querendo deixar para trás o seu passado de espionagem e desertor. Porém, Nicky Parsons (Julia Stiles) descobre novas informações do seu passado e decide então informá-lo de fatos que nem ele sabia. Isso desperta a fúria do ex-chefe da CIA Robert Dewey (Tommy Lee Jones), que deseja eliminar a todo custo Bourne, mas ao mesmo tempo, tem ajuda de uma nova agente, Heather Lee (Alicia Vikander) e que acredita que a melhor solução para terminar com essa crise é recrutando novamente o agente.

Diferente da trilogia original, onde a cada momento os roteiristas inventavam momentos imprevisíveis, aqui o estopim dos eventos acaba soando bastante simples, para não dizer previsíveis em alguns momentos da trama. Na realidade, o filme deixa um pouco (aparentemente) de lado o jogo político, se concentrando mais nas motivações dos personagens e na ação que se desencadeia devido as suas ações. Isso torna a trama mais limpa e faz com que a gente não pense muito sobre o que está acontecendo na tela, mas sim para curtir cada momento de ação que ocorre nela. Ação, aliás, é o carro chefe no decorrer do filme. Graças a uma montagem habilidosa, presenciamos inúmeras cenas de ação, perseguição e lutas corpo a corpo muito bem filmadas. Embora que algumas cenas de ação, principalmente no seu ato final, onde acontecem inúmeras explosões e correrias, a gente nunca se perde sobre o que acontece na tela, mesmo quando ocorre um sério risco disso acontecer.

Matt Damon retorna a vontade em seu personagem, mas com poucas palavras e mais ação física, dando conta muito bem das cenas perigosas. Tommy Lee Jones está bem em cena, mas nada muito diferente do que já foi visto em outros papeis. E se Vincent Cassel tem o seu talento um tanto que desperdiçado em cena, a grande surpresa fica por conta da atriz Alicia Vikander (Garota Dinamarquesa), ao qual consegue criar para a sua personagem uma aura de ambiguidade, pois nunca sabemos ao certo quais as suas reais intenções no caso Bourne e assim ela se torna a melhor personagem do filme.

Embora os conflitos da trama se resolvam num ato final cheio de ação nas ruas de Las Vegas, era inevitável que houvesse um gancho para uma possível sequência. O caso que a trilogia do Bourne tinha começo, meio e fim, mas querer dar continuidade a saga do espião desmemoriado, pode gerar um sério risco de cair num lugar comum, assim como acontece a longas franquias de cinema. Só o futuro irá dizer em que situação o agente Bourne irá ficar, pois nunca se sabe o que ele pode lembrar e assim partir para uma nova missão em busca de verdades sobre o seu passado.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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