domingo, 7 de agosto de 2016

Crítica: O BOM GIGANTE AMIGO, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


No final dos anos 70, e início dos anos 80, Steven Spielberg era sinônimo de aventura e magia que, ao lado de George Lucas, foi o responsável pelo renascimento das superproduções em território americano e que dominaria por inúmeros anos nas bilheterias. Quando chegaram os anos 90, o cineasta começou a se enveredar por um cinema mais sério, mas que somente aumentou o seu status de grande cineasta e também produtor de inúmeros sucessos. O Bom Gigante Amigo resgata um pouco desse lado inocente do cineasta que estava um tanto que adormecido nos últimos anos e a meu ver é mais do que bem vindo.

Em O Bom Gigante Amigo, baseado na obra de Roald Dahl acompanhamos as aventuras da pequena órfã Sophie (Ruby Barnhill) que numa determinada noite em Londres, é levada por um gigante (Mark Rylance, de Ponte dos Espiões). Ao ser levado por ele, Sophie acaba conhecendo um ponto desconhecido do mundo, onde há gigantes e magias em abundância. No decorrer do tempo, ambos criam uma forte amizade, mas ao mesmo tempo terão problemas com os demais gigantes.

Ao assistir a esse filme, temos a ligeira impressão de que nós já vimos ele antes, mas isso é proposital, já que o filme carrega uma aura de nostalgia e nos fazer relembrar das boas coisas de quando éramos crianças. Quem viveu nos anos 80, perceberá uma estética e uma trama mais inocente, como se o filme estivesse guardado nos últimos trinta anos, mas que somente agora podemos realmente vê-lo. É o Steven Spielberg jovem dos tempos em que dirigia Indiana Jones e produzia Os Goonies, mas auxiliado com os mais avançados efeitos visuais de hoje. Falando neles, é impressionante a construção dos cenários e da criação dos personagens digitais. Assim como em inúmeros filmes (como a trilogia O Senhor dos Anéis), o Bom Gigante Amigo aqui não é meramente um personagem digital, mas sim há um ator de verdade em cena dando os movimentos e expressões faciais. Interpretado por Mark Rylance, O Gigante Amigo acaba se tornando o coração do filme, pois os seus movimentos, expressões, e acima de tudo, boa interpretação do ator, faz nos convencer que realmente vemos um gigante contracenando com uma menina.

Falando na pequena, Ruby Barnhill se sai muito bem como Sophie e sua atuação em meio a inúmeros efeitos visuais acaba soando convincentes. Por vezes, ela lembra a primeira aparição de Harry Potter no cinema, já que ela é uma criança do mundo real, mas que ao mesmo tempo se depara com algo que acreditava que somente existia nos livros de aventura dos quais ela lia. O que poderia então soar artificial, acaba nos impressionando, graças a um cuidado técnico e perfeccionismo puro vindo do cineasta. Em relação ao perfeccionismo, a cena em que ambos os personagens visitam a lagoa dos sonhos é sem sombra de dúvida o momento mais belo do filme. Com um 3D que nos faz entrar na cena, o lago é um verdadeiro show de luzes e onde as regras da física são quebradas e dando lugar a uma realidade em que tudo é possível. Tudo muito bem moldado e se casando muito bem com a trilha sonora que, aliás, é composto pelo velho companheiro de Spielberg, o veterano compositor John Williams.

Embora com um final em que tudo se resolva de uma forma até fácil demais, O Bom Gigante Amigo é um filme gostoso de assistir e que irá agradar toda a família, principalmente os pequenos que sentiram um pouco da magia que os pais curtiam de uma época mais nostálgica e inocente dos anos 80.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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