sábado, 7 de maio de 2016

Crítica: CAPITÃO AMÉRICA: GUERRA CIVIL, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Seres humanos falham, cometem erros e precisam conviver com esse fardo. Mas o que aconteceria se alguns desses seres humanos tivessem superpoderes e errassem algumas vezes? A resposta já foi verificada em alguns filmes anteriores e agora se intensifica em Capitão América: Guerra Civil. Após os eventos vistos em Vingadores: A Era de Ultron, o supergrupo começa a ser questionado pelos governos do mundo, se eles são um bem para a humanidade, ou não! A situação piora quando Capitão América e o resto dos Vingadores tentam impedir um atentado arquitetado pela Hydra, mas infelizmente algo dá errado e o resultado é de inúmeros inocentes mortos. Com isso, surge a lei da qual os super-heróis somente irão agir seguindo ordens do governo e ao mesmo tempo sendo vigiados.

Inspirado na já clássica HQ Guerra Civil escrita por Mark Millar (Kick Ass), a trama divide os Vingadores em diversas questões, que vão desde liberdade de expressão, o direito de ir e vir e ter a responsabilidade e o caráter de assumir os seus erros futuramente. Com isso, lealdade e a amizade serão colocadas em cheque, principalmente pelo fato da lei do registro não ser o único problema. A trama também é uma continuação de Capitão América Soldado Invernal e, portanto surge novamente Bucky (Sebastian Stan), que é perseguido por diversos governos do mundo e acusado de um recente atentado que, aparentemente, cometeu. Com tantos personagens e acontecimentos que acontecem a todo o momento na trama, é de se impressionar que ela funcione, pois nas mãos de qualquer cineasta, sem um pingo de talento na área, o resultado poderia ser deveras desastroso. Porém, os irmãos Russo, não somente retornam as cadeiras como cineastas como também mantiveram o clima de espionagem que ficou evidente na aventura anterior do Capitão e fazendo com que a trama se torne mais pé no chão e consistente. Além disso, novamente eles nos brindam com um verdadeiro show de cenas de ação e de luta. Também é de se tirar o chapéu o fato deles conseguirem até mesmo explorar o passado de alguns dos personagens quando se achava que não havia mais nada para se explorar e isso acontece justamente com o Homem De Ferro (Robert Downey Jr.). Sua primeira cena no filme já nos dá uma dica do que virá a seguir, pois o papel do personagem na trama é cercado por perdas e culpas e fazendo com que ele busque uma forma de redenção através dessa nova lei do governo. Claro que isso dá de encontro com opiniões diferentes dos seus colegas, principalmente do Capitão (Chris Evans) que opta em defender a lealdade e confiança do seu próximo. Ambos estão certos e ambos estão errados em suas ações, sendo que eles até debatem sobre suas diferenças, mas os eventos em ação acontecendo faz com que o dialogo seja limitado e desencadeando escolhas, por vezes, equivocadas. Isso se expande no restante do grupo e fazendo com que cada um tenha o seu espaço para levantar a sua opinião. Como eu disse acima, é surpreendente como inúmeros personagens surgem na tela e tenham o seu espaço mais do que bem explorado, como no caso de Visão (Paul Bettany) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), ambos ainda novos no grupo, mas tendo suas visões e opiniões muito bem exploradas na trama.

Falando em novos, era inevitável que surgissem novos heróis, mas jamais imaginei que dois teriam suas origens contadas já nesse filme, mas para a minha surpresa, tudo muito bem arquitetado e bem filmado. Pantera Negra (Chadwick Boseman) tem a sua origem introduzida na trama principal de uma forma tão perfeita, que poderia servir até mesmo de aulas sobre como se faz um filme de origem, mesmo em poucos minutos de projeção. O seu personagem tem um papel fundamental, até mesmo nos últimos minutos do filme. Mas se ele é uma novidade muito bem introduzida, o que dizer do nosso velho conhecido Homem Aranha? Já tendo uma trilogia cinematográfica mais do que perfeita e tendo uma nova cine-série cancelada a partir do segundo filme, devido a repetições e fórmulas desnecessárias, o personagem, interpretado por Tom Holland (Impossível), finalmente estreia no universo cinematográfico Marvel, mas a forma como ele é introduzido, com uma pequena ajuda do Homem de Ferro, é desde já um dos melhores e mais engraçados momentos da trama. Ponto para os irmãos Russo que, de uma forma simples e direta, conseguiram a proeza de introduzir um personagem com uma bagagem tão grande em sua história. Mas se o amigão da vizinhança está do lado do grupo do Homem de Ferro, por outro lado, o grupo do Capitão América consegue uma ajuda muito bem humorada do Homem Formiga/Scott Lang (Paul Rudd). Atenção para a cena do aeroporto, onde o personagem nos brinda com um novo poder e que irá fazer com que os fãs pulem das cadeiras. Falando na cena do aeroporto, é sem sombra de dúvida um dos momentos mais espetaculares das adaptações das HQ dos últimos anos, um verdadeiro espetáculo de som e imagem. Claro que nem tudo são flores já que o vilão principal da trama, Capitão Zemo (Daniel Bruhl) tem poucos momentos em cena, mesmo sendo o responsável pela criação da teia de eventos de toda a trama. Sua participação só ganha peso e relevância no ato final, pelo qual serão reveladas suas reais motivações e revelando um terrível segredo que irá assombrar pelo menos três personagens cruciais do longa. É nesse momento em que o filme possui uma carga melodramática até então inédita dentro do universo cinematográfico Marvel e provando que o estúdio pretende sempre quando puder explorar elementos até então inéditos em seus filmes.

Embora com minutos finais meio água com açúcar, Capitão América: Guerra Civil é o encerramento e o começo de uma nova era do Universo cinematográfico Marvel. Resta saber se a revolução vista nessa obra será repetida nas produções seguintes ou se teremos novas surpresas num futuro próximo. Os fãs só agradecem.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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