sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Museu do Amanhã inaugura dia 19 de dezembro no Rio de Janeiro com filme imersivo criado pela O2.


Entrada do Domo no Museu do Amanhã: primeira experiência do visitante conta a história do universo através de um filme imersivo criado pela O2 (Bernard Lessa/Museu do Amanhã)


Domo esférico instalado na entrada do Museu exibe filme que conta a história do universo No dia 19 de dezembro, sábado, será aberto ao público no Rio de Janeiro o Museu do Amanhã, grande construção com área de 30 mil metros quadrados que usará ambientes audiovisuais, instalações interativas e jogos para falar sobre o futuro. Quando o visitante entrar no Museu do Amanhã, a primeira experiência que ele terá será o Portal Cósmico. Nele, um filme imersivo produzido pela O2 através do núcleo Outras Telas é projetado num grande domo esférico. “A ideia é que o filme coloque o visitante num outro estado de espírito, tire-o da Praça Mauá e ajude-o a baixar o batimento cardíaco e mudar a frequência cerebral”, diz Fernando Meirelles. Para chegar a estes aproximados 8 minutos de filme, uma equipe liderada pelo diretor Ricardo Laganaro trabalhou por três anos. “Queríamos trazer imagens diferentes, espetaculares e impactantes; dignas do tamanho e o formato da tela que temos no Museu”, diz Ricardo.

"O filme é o portal de entrada do museu. Quem se deixar mergulhar no que o filme tenta passar pode ter uma experiência mais viva ao visitar o museu. É como se o visitante ganhasse um tempo para pensar naquelas famosas perguntas: Quem eu sou? Onde estou? De onde vim? Para onde vou? Claro que não há a resposta para isso, mas só lembrar estas questões já nos coloca em outro estado”, conclui Fernando Meirelles.

O filme parte da história do universo, mas não tem a pretensão de contá-la didaticamente. A decisão do time liderado por Ricardo foi o de realizar um filme em que o visitante pudesse se sentir parte da ação. “Tanto por pedido da curadoria, quanto por termos a possibilidade de explorar a narrativa imersiva, nosso filme tem uma abordagem muito mais sensorial e poética. Mais do que ver e ouvir imagens sobre a criação do Universo, da Terra, da Vida, queremos que espectador se sinta dentro desta viagem. O entendimento será muito mais pela emoção do que pela razão”, explica Laganaro.

Janaina Augustin, diretora do núcleo, frisa o caráter inovador deste projeto. “O nosso maior desafio foi entender como contar uma história tão complexa num formato de tela que as pessoas não estão acostumadas. Nossa missão foi criar uma nova narrativa a partir do zero, levando em conta a experiência do espectador dentro do domo”. A intenção do filme vai além de contar uma história, ele pretende provocar sensações, deixar a pessoa preparada para absorver o que verá depois de passar por esta experiência.

Para chegar a resultados tão inovadores e impactantes, a equipe da O2 mergulhou fundo no desenvolvimento de conteúdo imersivo e realidade virtual, algo inédito até então no Brasil. “Durante o período da realização tivemos que aprender a fazer filmes em 360 graus, entusiasmados pela experiência acabamos comprando câmeras e rigs, fomos a congressos, visitamos produtores que trabalham com isso fora do Brasil e desenvolvemos a tecnologia para fazer estes filmes aqui. Por causa do Museu, a O2 Filmes virou a primeira produtora brasileira a trabalhar com isso, não sei se a única mas certamente a mais experiente e com trabalhos do nível deste do museu. Um belo legado do trabalho”, finaliza Fernando Meirelles.


Imagens do universo

Um dos grandes desafios de produzir os oito minutos do filme imersivo que a O2 realizou para o Museu do Amanhã foi a construção das imagens. O filme mistura cenas captadas por câmeras de altíssima resolução com outras compostas em 3D. Uma das curiosidades deste trabalho é que mesmo as imagens construídas na Pós partiram de uma cena filmada em estúdio. Maeve Corona, produtora do núcleo Outras Telas, conta que levou um profissional de efeitos especiais para o estúdio para filmar a base de cenas que abrem o filme. “A parte que mostra a formação do universo tem explosões, fumaça, fogo, erupções... A gente filmou estes trechos com um efeitista, profissional contratado para criar, por exemplo, uma faísca, para que os profissionais da pós-produção pudessem entender o movimento exato que uma faísca faz e reproduzi-la no domo”.

“Todos os trechos que trazem dançarinos também foram filmados nos estúdios da O2. A cena final também foi filmada por nós, é minha preferida, mas é uma surpresa”, completa ela. “Cada avanço do filme, cada segundo, provocava o próximo passo. A maior parte do projeto foi dedicada a isso. Muitos detalhes de um enorme quebra cabeça que deveria se encaixar e fazer sentido no domo”, finaliza.


Tecnologia imersiva

Há três anos, quando a O2 foi convidada a criar o conteúdo do Portal Cósmico para o Museu do Amanhã, não se falava em câmeras de 360 graus ou em óculos de realidade virtual, duas tecnologias que tornaram-se acessíveis quando o trabalho em torno do Museu já estava em produção. “Estamos no começo da tecnologia de realidade virtual e conteúdo imersivo, muitas ferramentas ainda não existem. Nós mesmos, ao começarmos a finalizar conteúdos para realidade virtual e filmes 360º, acabamos desenvolvendo ferramentas próprias para solucionar diversas etapas que iam surgindo”, relembra Paulo Barcellos, diretor da O2 Pós, departamento de pós-produção e tecnologia da O2. Por conta do desafio de produzir um filme imersivo para o Museu do Amanhã, hoje a O2 tem feito outros projetos em realidade virtual para o mercado. "Depois desta experiência e O2 virou uma outra produtora. É um destes trabalhos que marcam nossa vida profissional”, finaliza Fernando Meirelles.

A sensação de imersão é conseguida através de um minucioso trabalho de imagens casado com engenharia sonora. Alan Zilli, supervisor de edição de som da O2 Pós, explica que a equipe criou na impressora 3D uma réplica em menor escala do domo, já com os pontos onde seriam instaladas as caixas de som. O domo instalado no Museu do Amanhã possui 30 caixas de som independentes, organizadas em 28 canais de saída.

Em filmes e TV o trabalho de som é realizado para imagens planas, de duas dimensões. Entretanto, isso era impossível no caso do Portal Cósmico, pois a imagem teria também um componente de profundidade que o som deveria acompanhar.

O trabalho da equipe de som mergulha o espectador para dentro da cena. “A cena da caverna é uma das nossas preferidas. Acho que alcançamos ali um nível interessante de realismo. Ficou bem bonito e a sensação de estar naquele ambiente naquele momento do filme é reconfortante, pois acabamos de vir de um clímax meio tenso... Não vamos falar mais para não estragarmos a surpresa”, finaliza Alan.


De olho no futuro

No filme para o Museu do Amanhã, o espectador esquece que tem uma tela, ele se sente parte do filme. Esta imersão é um desafio de narrativa, de imagem, e de som. São estes três elementos que causam a experiência. “Realizar este filme foi uma escola que fez a gente entender toda a cadeia de produção em realidade virtual, 360 e realidade aumentada”, explica Janaina Augustin. “Estamos caminhando para um mundo que é imersivo, em que o conteúdo não será visto em uma tela. O conteúdo vai estar ao nosso redor, e não mais em um dispositivo plano. Nós faremos parte do conteúdo e este filme do Museu do Amanhã oferece esta inovadora experiência para os espectadores”, finaliza Janaina.


Museu do Amanhã

Inauguração em 19 de dezembro, às 19h

Local: Praça Mauá, 1 - Centro, Rio de Janeiro


Fonte: Agência Lema, através de Marcelo Cia.

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