terça-feira, 25 de agosto de 2015

Curso: Mario Bava - Maestro do Macabro de Fernando Brito.




Apresentação
Ao longo de quatro décadas, do início dos anos 1940 ao final dos 70, o diretor de fotografia, técnico de efeitos especiais e cineasta Mario Bava (1914-1980) escreveu, com uma imaginação visual única, o seu nome na história do cinema de horror, e também no cinema popular italiano, do qual foi o mestre maior, desbravando o caminho para uma geração de diretores cultuados, como Dario Argento e Lucio Fulci. Nos últimos anos, graças ao trabalho dedicado de pesquisadores como o norte-americano Tim Lucas, seu principal biógrafo, e a ótimas restaurações que possibilitaram o lançamento de praticamente todos os seus filmes em versões integrais no mercado de vídeo doméstico, a extensa obra de Bava, que inclui mais de 20 longas-metragens somente na função de diretor, começou a receber o reconhecimento que merece pelo mundo, com a publicação de inúmeros estudos críticos, organização de retrospectivas, etc.

Dimensionar a importância e o legado de Mario Bava é uma tarefa hercúlea devido à riqueza e à variedade de sua obra. Afinal, ele codirigiu o primeiro filme de horror do cinema italiano desde a era silenciosa (Os Vampiros), criou as maiores obras-primas do terror gótico italiano (A Maldição do Demônio; As Três Máscaras do Terror; O Ciclo do Pavor; O Chicote e o Corpo e Lisa e o Diabo), codificou as convenções visuais e o sadismo voyeurístico do giallo com A Garota Que Sabia Demais e Seis Mulheres Para o Assassino, antecipou o slasher com Banho de Sangue, além de ter deixado obras-primas e filmes marcantes em muitos gêneros, como o poliziesco (Cães Raivosos), a ficção científica (O Planeta dos Vampiros) e o peplum (Hércules no Centro da Terra; A Vingança dos Vikings e Os Punhais do Vingador).




Vista em conjunto, a filmografia de Bava nos revela um cineasta extremamente autoral não apenas em seu estilo visual como também no nível temático, apesar de todas as dificuldades de produção que o diretor quase sempre tinha de enfrentar, como falta de orçamento e de tempo para filmar, roteiros mal escritos, atores ruins, convocações de última hora para salvar projetos, etc.

Seu frutífero legado pode ser visto não apenas em inúmeros elogios e citações, mas também nos filmes de famosos cineastas que estão entre seus confessos admiradores: Tim Burton (Batman, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça), Joe Dante (O Buraco), Martin Scorsese (A Última Tentação de Cristo; Cabo do Medo), Federico Fellini (Julieta dos Espíritos; Histórias Extraordinárias) e David Lynch (Twin Peaks). Portanto, não causa nenhuma surpresa à bela homenagem a Bava realizada pela cineasta neozelandesa Jennifer Kent no recente e ótimo The Babadook (2014).




Sendo assim, hoje, mais do que nunca, é fundamental que todos os interessados e estudiosos pela história e crítica não apenas do cinema de gênero como também do cinema de autor vejam, revejam e compreendam os filmes de Mario Bava, o “Hitchcock da Cinecittà” e um dos monstros incontornáveis da criação cinematográfica.




Objetivos
O curso Mario Bava: Maestro do Macabro, ministrado por Fernando Brito, vai apresentar um panorama da vida e da obra de Mario Bava dentro do contexto histórico do cinema popular italiano, e também buscar compreender o estilo visual do diretor, a partir da análise de cenas de seus principais filmes e, por fim, discutir sua enorme influência em outros cineastas.




Conteúdo das aulas

AULAS 1 e 2 (12/Setembro)

Apresentando Mario Bava: por que “maestro do macabro”?

Uma família de artistas italianos: o aprendizado com o pai Eugenio Bava, escultor, cenógrafo e diretor de fotografia.

Os primeiros anos, a atuação como diretor de fotografia, técnico de efeitos especiais e operador de câmera, e o trabalho com grandes cineastas como Roberto Rossellini, Raoul Walsh, Steno, Mario Monicelli, G. W. Pabst, Mario Camerini e Jacques Tourneur.

Diretor de fotografia, diretor ou codiretor de Os Vampiros e Caltiki – O Monstro Imortal?

Um dos melhores filmes de estreia de todos os tempos: A Maldição do Demônio.

Anos 60 – o gótico e “todas as cores da escuridão”: O Chicote e o Corpo; As Três Máscaras do Terror e O Ciclo do Pavor.

Anos 60 – a criação do giallo: o episódio “O Telefone” de As Três Máscaras do Terror; A Garota que Sabia Demais e Seis Mulheres para o Assassino.

Anos 60 – os pepla: Hércules no Centro da Terra; A Vingança dos Vikings e Os Punhais do Vingador, e o “Polifemo” da minissérie A Odisseia.

Anos 60 – a incursão pelo pop: Bonecas Explosivas e Perigo: Diabolik.

Anos 60 – paradigma de sci-fi “B” e “pai” do Alien: O Planeta dos Vampiros.

Anos 60 – os obscuros faroestes spaghetti: A Estrada do Forte Alamo; Ringo del Nebraska e Roy Colt & Winchester Jack.




AULAS 3 e 4 (13/Setembro)

Anos 70 – novas explorações estéticas: O Alerta Vermelho da Loucura; Quatro Vezes Naquela Noite e Cinco Bonecas para a Lua de Agosto.

Anos 70 – subvertendo o giallo e antecipando o slasher: Banho de Sangue.

Anos 70 – à volta ao gótico e o magnífico filme-súmula: Os Horrores do Castelo de Nuremberg e Lisa e o Diabo.

Anos 70 – um policial visceralmente moderno – Cães Raivosos.

Os últimos anos: Shock, A Vênus de Ille e a colaboração com Argento em A Mansão do Inferno.

Os discípulos e filhos do maestro do macabro e Bava hoje.




Ministrante: Fernando Brito
Doutor em Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em romance gótico, Fernando Brito é também pesquisador e crítico de cinema, tendo colaborado ao longo de sua carreira com diversas publicações, como a Sci-Fi News Cinema e o extinto Jornal do Vídeo.

Desde 2002, trabalha como curador na Versátil Home Vídeo, onde teve a felicidade de idealizar e supervisionar o lançamento de (por enquanto) dez filmes de Mario Bava em DVD: O Chicote e o Corpo; O Ciclo do Pavor: Lisa e o Diabo; O Planeta dos Vampiros; A Maldição do Demônio; O Alerta Vermelho da Loucura; A Garota que Sabia Demais; Cães Raivosos; Banho de Sangue e Seis Mulheres para o Assassino.




Curso: Mario Bava - Maestro do Macabro de Fernando Brito

DATAS: Dias 12 e 13 / Setembro (sábado e domingo)

HORÁRIO

Sábado: Aula 1: 14h às 15h50 / Aula 2: 16h10 às 18h

Domingo: Aula 3: 14h às 15h50 / Aulas 4: 16h10 às 18h

LOCAL: Cinemateca Capitólio - (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)

INFORMAÇÕES

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 9320-2714
www.cinemacineum.blogspot.com.br

REALIZAÇÃO: Cine UM Produtora Cultural


Fonte: Cine UM Produtora Cultural.

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