terça-feira, 7 de outubro de 2014

Crítica: O Batismo, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Assistir ao filme O Batismo exige certa atenção por parte do cinéfilo, no início da trama temos um rapaz chamado Janet, que por pouco não morre afogado, mas é salvo graças ao seu melhor amigo chamado Michal. Corta essa sequência e temos a seguir o mesmo Michal correndo no que parece ser os trilhos de um trem, mas é pego e espancado sem dó pela policia.

Nestas duas sequências inicias da trama, fica a dúvida do porque Janek ter quase morrido na água ou do porque Michal ter sido pego pela justiça. São raras as oportunidades de nós assistirmos um filme vindo da Polônia, mas quando vem é para não ser esquecido e O Batismo é um belo exemplo disso. Interessante observar que nesse primeiro ato não é muito explicado o que é jogado na tela, mas aos poucos vamos compreendendo e comprando a ideia sobre o que se passa naquele universo particular dos personagens.

Na trama os anos se passam e Michal se torna um bem sucedido vendedor de janelas, casando com uma linda mulher chamada Magda e torna-se pai. Por sua vez Janet surge como um veterano (e meio atormentado) do exército que chega para vê-los, mas é surpreendido ao ser convidado para ser padrinho do recém-nascido e que será batizado daqui a sete dias. Contudo, existe algo de pesado no ar no momento que Janet ressurge, dando a entender que algo de ruim está prestes a acontecer.

A partir daí, o filme se divide em capítulos, representando os dias antes do batismo. Em meio a isso, o filme se transforma, revelando o submundo da máfia Polonesa que demonstra não ter dó, tanto com relação as suas vitimas, como também para os olhos dos cinéfilos que assiste. Com a máfia em cena, o passado nebuloso da dupla de amigos é descascado gradualmente para nós, revelando o lado sombrio de cada um e como isso afetará fisicamente e psicologicamente ambos.

O cineasta Marcin Wrona surpreende ao não criar somente um retrato violento sobre a máfia daquele país, como também um mosaico sobre questões como amizade, irmãos não de sangue, fidelidade, família e a busca pela redenção. Tudo isso moldado por uma fotografia azulada, fria e que sintetiza aquele mundo falsamente seguro perante o horror. O jovem elenco é outro ponto certeiro para a qualidade positiva do filme, pois os seus olhares e expressões já dizem tudo que nós precisamos saber e somente isso já é um grande feito.

Com um ato final que mais parece uma via-crúcis dos personagens centrais, O Batismo pode até possuir uma realidade um tanto que distante da nossa, mas que nos faz compreender as ações da dupla central e não querer julgá-los pelas escolhas que tomaram.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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