sábado, 26 de julho de 2014

Crítica: HELI, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Chocante filme ganhador do prêmio de direção no Festival de Cannes 2013, para o mexicano Amat Escalante, Heli é um filme para poucos, mas que diz muito. A trama é crua e uma verdadeira descida ao inferno pessoal e social, que retrata um México longe das propagandas turísticas, longe da riqueza, distante de tudo, e afogada em problemas sociais e do pior do homem.

A primeira cena da produção já diz o que virá: um corpo é enforcado e jogado do alto de uma passarela. Curiosamente retornamos um pouco no passado e gradualmente começamos a descobrir o porquê deste chocante momento. As desgraças surgem sem dó, nem piedade na vida de cada um dos personagens e faz com a gente sinta que não há escapatória para nenhum deles. Em suma, o que vemos na tela é o pior do ser humano quando ele se encontra desprendido de qualquer altruísmo pelo próximo.

Escalante não mostra cenas sugestivas, pois em seu filme há cenas explícitas de tortura: numa delas, no campo de treinamento, o personagem é obrigado a rolar no chão que está sujo com seu vômito e fazendo-o desejar jamais ter estado naquele lugar. As cenas mais brutas de tortura acontecem sob os olhares de adolescentes e de crianças enquanto jogam videogame. O diretor, que também escreveu o roteiro, parece indicar um paralelo entre a violência virtual do jogo eletrônico e a real – ambas tendem à desumanização das vítimas e seus algozes.

O cineasta é sincero ao mostrar a guerra do tráfico em seu país sem usar panos quentes. Ainda assim, há um sentimento de repetição no que ele tem a dizer ou escancarar para nós. Num ponto a favor, ele não espetaculariza nenhuma das questões, ainda que não tenha muito de novo a dizer.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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