sexta-feira, 27 de junho de 2014

Crítica: A Culpa é das estrelas, através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


A maioria dos livros infanto-juvenis que foram levados para o cinema (como Crepúsculo e Harry Potter) usavam o gênero fantástico para colocar os protagonistas de frente com dilemas difíceis de confrontar como amor, vida e morte. No caso de A Culpa é das Estrelas (baseado na obra do escritor John Green) sai o mundo de fantasia, para então o jovem acostumado com vampiros brilhantes e bruxos, dar de encontro com uma trama mais crível e ver um jovem casal de protagonistas se apaixonando em meio ao drama de ambos possuírem câncer. Embora com um tema espinhoso, a direção de Josh Boone flui muito bem entre o drama e o humor e faz com que a inusitada historia romântica convença até mesmo o cinéfilo mais exigente.

Antes mesmo de se pensar numa adaptação, A Culpa é das Estrelas já era um livro bastante cultuado entre os adolescentes, portanto muito se temia que sua adaptação terminasse num lugar comum como aconteceu com as adaptações de Crepúsculo. Felizmente os produtores foram felizes ao escolherem um elenco de peso na questão de coadjuvantes como Laura Dern, Sam Trammell, Lotte Verbeek e Willem Dafoe. Esse último é dono de uma das melhores interpretações no filme, mesmo aparecendo em tão pouco tempo em cena.

Quanto ao casal central o sucesso é parcial: Shailene Woodley (Divergente) é a encarnação perfeita de Hazel, sendo que os seus olhos transmitem uma jovem que em parte perdeu um pouco da sua felicidade na infância devido à doença, mas que amadureceu com as adversidades e seguiu em frente lutando pelos seus sonhos. Já Ansel Elgort (também de Divergente), por mais que se esforce ao interpretar o Augustus, ele não nos convence muito em cena, pois o seu personagem é sempre cheio de autoestima para si e para Hazel. Mas quando o personagem se vê obrigado a revelar uma trágica verdade, acaba se tornando um momento muito artificial e que não se casa com a pessoa que ele era anteriormente. Culpa da forma como escritor John Green escreveu essa passagem no livro ou da “não” preparação de Ansel Elgort na cena? Cabe cada um tirar suas próprias conclusões quando vir esse momento no filme!

Com uma linguagem cinematográfica que remete essa geração de jovens plugados nas redes sociais e que estão sempre com o celular na mão, A Culpa é das Estrelas talvez seja um sinal de que esses jovens tão acostumados ao verem os seus dilemas interiores serem usados como metáfora em meio à fantasia de outros livros e suas adaptações, podem sim saber encarar uma historia mais pé no chão, mas sem deixar de lado o romantismo, porém um romantismo mais maduro.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

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