domingo, 11 de maio de 2014

Crítica de EDUCAÇÃO SENTIMENTAL, ‏através de Marcelo Castro Moraes.


Fonte: www.google.com.br/imagens


Quando uma trama é levada para o cinema, ela será apresentada de duas formas: convencional ou completamente experimental para não dizer extrassensorial. Uma trama onde se retrata uma estranha relação de professora e aluno poderia simplesmente ser filmada na forma mais convencional de todas, mas cinéfilo de plantão verá que esse tipo de história já não é novidade nenhuma. Educação Sentimental vai então para outro caminho, no qual existem tantas camadas de interpretação com relação ao que é apresentado em cena e que chega ao ponto de nos esquecermos do foco principal da trama quando assistimos.

Julio Bressane (Erva de Rato) apresenta o casal de protagonistas de uma forma, para então depois nos dizer que não era bem assim o que a gente pensava sobre eles. A primeira vista, Áurea (Josie Antello) parece ser uma mulher cega, já que fica conversando com o jovem aluno olhando em outra direção, para então depois olhar finalmente para ele. O jovem se mostra atraído sexualmente pela professora, mas então da o entender que suas palavras lhe atraem mais do que um ato carnal.

Em parte, compreendemos que as suas personalidades, talvez não sejam bem assim sobre o que a gente imagina. Em boa parte do filme Áurea começa a filosofar sobre diversas coisas da vida, desde ao amor, cultura e sobre o inevitável fim de tudo. Em suas palavras á protagonista acredita que, por mais que uma vida dure (ou uma relação) ela será breve, mesmo tendo durado inúmeros anos. Um dos pontos altos desse momento é quando ela apresenta um rolo de filme de um cineclube que ela frequentava, mas o tempo passou e ele não existe mais.

A partir daí, entramos em territórios mais estranhos da produção, em que não se envergonha em tocar em assuntos com relação ao incesto por exemplo. Mas é ai então, que o filme começa a desafiar a mente do cinéfilo e convidando ele a testemunhar momentos, que por vezes fazem ou não fazem sentido algum. É nesses momentos que a produção vira uma espécie de experimento cinematográfico, onde o diretor Bressane brinca com o melhor que o cinema pode oferecer e fazer atualmente.

Por mais que ele tente criar uma experiência em incomum em cena, não há como negar que o cinéfilo mais atento irá se lembrar dos melhores momentos das filmografias de diretores que iam contra a corrente cinematográfica convencional, desde o David Lynch (Cidade dos Sonhos) ao Ingmar Bergman (O Sétimo Selo). Este último, aliás, é o que vinha mais em minha mente no momento que eu assistia o filme. Títulos como a Hora do Lobo e Persona, não me surpreenderia se por um acaso serviram de modelos para Bressane.

Com um final que se entrega pelo lado mais experimental cinematograficamente falando da obra, Educação Sentimental é um filme para poucos, mas que ao assistirem serão felizardos em ver algo fora do comum e longe do convencional.


Trailer

Fonte: www.youtube.com


Fonte: Marcelo Castro Moraes - Crítico Cinematográfico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário